segunda-feira, 10 de novembro de 2008

AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO POR PARTE DOS ATLETAS DE FUTEBOL EM RELAÇÃO AO PSICÓLOGO NA EQUIPE PROFISSIONAL J. MALUCELLI


ESTUDO DE CASO - AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO POR PARTE DOS ATLETAS DE FUTEBOL EM RELAÇÃO AO PSICÓLOGO NA EQUIPE PROFISSIONAL J. MALUCELLI



Orientação do Estudo: PALOMARES, Edson Marcos de Godoy – Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Futebol-Ciências Aplicadas – CEPDAP e Preparador Físico no Clube Atlético Paranaense (Juniores)
Aplicação do Estudo: FERNANDES, Márcio; ROSENAU, Alessandro Maurizio; MULINARI, Anderson Carlos; SANTOS, André Henrique B. Salles; RIBAS, Guilherme Cordeiro; LIMA, Jorge Luis Ferreira; SANTOS, Jorge Luiz; CAZURA, Kirk Diego Santos; MIRANDA, Marcelo Luis; SOUZA NETTO, Emerison Tiradentes; SOARES, Edy Carlos Toporowski – Pós-graduandos do Curso Futebol-Ciências Aplicadas - CEPDAP
Curitiba-Paraná-Brasil (edson.palomares@uol.com.br)




1. Introdução

A Psicologia Esportiva cresce em nível de importância e aceitação como uma ciência essencial no papel auxiliar dos atletas, equipes e comissões técnicas durante as diversas fases de treinamento: transição, pré-competitiva e competitiva. Alguns países destacam-se nos desportos mundiais por possuírem trabalhos assistidos por psicólogos esportivos, como é o caso da Rússia, Estados Unidos, China, Alemanha, Cuba, entre outros. O Brasil ainda não se inclui nesta listagem, pois a Psicologia não consegue quebrar a barreira que a separa do esporte nacional, seja por preconceito, desinformação ou questões financeiras.
3. Justificativa

O futebol brasileiro vem mantendo-se na liderança do reconhecimento mundial graças ao excepcional nível técnico de seus atletas, porém as outras áreas relacionadas ao futebol não possuem o mesmo destaque: medicina, fisioterapia, psicologia, etc. Nestas áreas raramente temos profissionais brasileiros convidados a integrarem equipes européias, por exemplo. A ciência mediadora do desempenho e relacionamento entre comissão técnica, departamento médico e atletas é a Psicologia. Esta ciência é discriminada em muitos clubes, portanto torna-se imperativo uma abordagem a respeito do nível de aceitação junto aos atletas.

2. Objetivos

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de aceitação entre atletas de futebol profissional no que diz respeito à presença do psicólogo esportivo, junto à equipe do J. Malucelli que disputa o Campeonato Brasileiro da Série C.


4. Metodologia

O tipo de pesquisa utilizado foi o descritivo, utilizando-se do questionário fechado.

5. Instrumento de pesquisa

Foi aplicado um questionário do tipo fechado, composto de 12 questões, no Centro de Treinamento do J. Malucelli, no período entre 04 e 09 de setembro, enquanto a equipe disputava a 3ª fase do Campeonato Brasileiro – Série C.

6. População – Amostra

A população foi composta por atletas da equipe profissional do J. Malucelli.
A amostra constou de 18 atletas com idade média de 23 anos.

7. Metodologia

Os atletas foram entrevistados no local de trabalho (Centro de Treinamento - Barigui), aleatoriamente. Ressaltamos que no momento da pesquisa, a equipe encontrava-se na terceira fase da competição, sendo cotada como uma das favoritas a passar para a próxima fase. As questões foram elaboradas de forma direcionada, e os questionários foram aplicados em forma de entrevista com uma prévia explicação.

8. Resultados e análise

Os resultados foram expostos e analisados em percentis e valores médios.



1. O principal fator motivacional é:
a) o desempenho no campeonato (n=10 – 55,7 %)
b) o apoio do torcedor
c) o reconhecimento da diretoria
d) o pagamento em dia (n=8 – 44,3 %)

A primeira questão demonstra claramente que os principais fatores motivacionais do atleta de futebol estão relacionados ao desempenho esportivo (55,7 %) e à questão financeira (44,3 %).

2. Como motivador, o treinador é:
a) fundamental (n=18 – 100 %)
b) dispensável
c) depende muito do momento no campeonato
d) alguém que temos que ouvir por obrigação

Já na segunda questão ocorre a unanimidade (100%) quanto à afirmação de que o treinador deve desempenhar o papel de motivador do grupo.

3. O Psicólogo é:
a) fundamental (n=3 – 16,6 %)
b) dispensável (n=5 – 27,7 %)
c) depende muito do momento no campeonato (n=10 – 55,7 %)
d) alguém que temos que ouvir por obrigação

Na terceira questão, relacionada ao Psicólogo, ocorre uma divisão: a minoria acredita que este seja fundamental (16,6 %), um percentual intermediário respondeu que ele é dispensável (27,7 %), e a maioria assinalou que depende do momento do campeonato, sugerindo que ele deva atuar esporadicamente (55,7 %), como um bombeiro “apagando pequenos incêndios”, demonstrando assim a imaturidade e falta de conhecimento do verdadeiro papel do Psicólogo junto a uma equipe de futebol, pois ele deve estar no dia a dia da equipe, estudando e identificando as características de cada componente do grupo.

4. Qual o estado emocional antes de uma partida oficial?
a) indiferente (n = 3 – 1,6 %)
b) nervoso (n = 1 – 0,5 %)
c) ansioso (n = 12 – 66 %)
d) extremamente nervoso
e) depende do adversário (n= 5 – 27 %)

5. Na sua opinião, na maioria das vezes os treinadores:
a) aumentam a ansiedade durante a preleção (n = 3 – 1,6 %)
b) aumentam a segurança dos atletas (n = 10 – 55 %)
c) não modificam o ambiente (n = 1 – 0,5 %)
d) são fundamentais para a ligação entre os atletas (n = 7 – 38,0 %)

6. O momento da oração é:
a) fundamental para o bom desempenho (n = 13)
b) dispensável (n = 2 – 11,0)
c) depende muito do momento no campeonato
d) apenas uma tradição (n = 6)


7. Os clubes que não possuem psicólogos:
a) estão em desvantagem diante daqueles que possuem (n = 11 )
b) não apresentam diferenças para aqueles que possuem (n = 7)

8. O psicólogo de um clube:
a) deve ser homem (n = 2)
b) deve ser mulher (n = 3)
c) é indiferente o sexo do profissional (n = 13)

9. Diante de um Psicólogo, você:
a) quer conversar individualmente (n = 9)
b) quer conversar em grupo (n = 7)
c) fica à vontade (n = 2)
d) fica incomodado


9. Conclusão

Percebe-se que ainda existe um grande preconceito por parte dos jogadores em relação aos Psicólogos. Cabe aos treinadores e preparadores físicos o trabalho de aproximação entre as partes para que os resultados colhidos sejam mais prazerosos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

PERIODIZAÇÃO NO FUTEBOL


Autores: Marcio Fernandes / Norton Cassol


PERIODIZAÇÃO NO FUTEBOL

A evolução técnica e tática do futebol cresce a cada dia que passa em nível de importância dentro das equipes profissionais, treinadores, preparadores físicos e fisiologistas vem se aprofundando cada vês mais no estudo destas valências, elas por sua vez vêem tendo uma aceitação como ciência essencial no desenvolvimento e sucesso da preparação das equipes. A planificação ou planejamento das metodologias de trabalho que serão utilizadas na preparação dos times é de suma importância para uma maior otimização dos resultados. A periodização no futebol devem conter um nível de especificidade muito grande, deve-se estar atento a todas as características específicas do esporte, o futebol apresenta características muito específicas e por ser um desporto intermitente as dificuldades na preparação aumentam.

A periodização divide a preparação em três grandes períodos: O período preparatório, onde são desenvolvidos todos os treinamentos que visão a preparação para a competição, período competitivo, época na qual o planejamento é montado e desenvolvido durante a competição ou competições e período transitório onde que uma diminuição das cargas de treinamentos acontecem e já começa-se a planificação para uma próxima temporada. Dentro de cada grande período da periodização deve-se respeitar etapas e procedimentos que são condizentes aquele momento e que são essências para o sucesso da preparação.

No período inicial da periodização, o preparatório uma análise diagnóstica da equipe deverá ser feita, conhecendo-se assim as características essenciais dos atletas; Em uma nova etapa deve-se analisar quais são as competições alvo da equipe, suas características e especificidades e por último fazer a análise das condições de treinamentos, os recursos matérias e humanos que o clube pode oferecer e que serão necessários na preparação da equipe.


Mourinho (2001) define a periodização como "Aspecto particular da programação, que se relaciona com uma distribuição no tempo, de forma regular, dos comportamentos tácticos de jogo, individuais e coletivos, assim como, a subjacente e progressiva adaptação do jogador e da equipe a nível técnico, físico, cognitivo e psicológico".

Periodização nada mais é que a divisão cronológica da preparação em períodos de tempo dispostos estrategicamente, com objetivos bem definidos e específicos para cada período de preparação, assim sendo possibilita-se uma maior otimização de cada um dos tópicos da preparação.





DIVISÃO DA PERIODIZAÇÃO






O período preparatório da periodização pode ser dividido em alguns tópicos em especial;

 1.1 - Análise diagnóstica;
 2.1 - Montagem do cronograma de trabalho;
 3.1 - Definição dos objetivos;
 4.1 - Definição dos conteúdos a serem desenvolvidos;
 5.1 – Planificação dos treinamentos;
 6.1 - Distribuição de cargas de trabalho;
 7.1 - Avaliações fisiológicas e técnicas;
 8.1 - Execução;







Na análise diagnóstica (1.1) deve se fazer o levantamento das características individuais dos atletas que compõem o grupo de trabalho; Quem são os atletas, como são ou agem, quais suas condições atuais físicas, quais suas características técnicas e quantos são.

A segunda etapa (2.1) a montagem do cronograma de trabalho é onde defini-se datas e períodos de treinamentos, defini-se o que conteúdo será desenvolvido em cada etapa da preparação.

A definição dos objetivos (3.1) é um dos tópicos mais importantes dentro da periodização, pois é aqui que define-se quais os parâmetros que serão priorizados na preparação.

Através dos dados coletados na análise diagnóstica defini-se os conteúdos a serem trabalhados (4.1), priorizando o desenvolvimento das valências físicas, técnicas e táticas que estiverem abaixo dos padrões considerados ideais pelos treinadores e preparadores físicos.

Na planificação (5.1) é feita uma reunião todos os tópicos anteriores e dar-se o início da preparação da equipe
.
A distribuição das cargas de trabalhos (6.1) são feitas a través da separação em Macrociclos, Mesociclos, Microciclos e Sessões individuais de treinamentos.

Durante o período preparatório é fundamental manter um acompanhamento do desenvolvimento da equipe através de avaliações fisiológicas e técnicas (7.1) tendo assim um maior controle dos estágios de desenvolvimento dos atletas.

A execução (8.1) deve ser realizada com muita atenção por parte de todos os que integrantes da comissão técnica, o controle de todos os passos de desenvolvimento deve ser o mais minucioso possível , evitando-se assim erros que podem vir a prejudicar o bom andamento da preparação.



COMPETIÇÃO

Entrando no Período Competitivo a prioridade passe a ser a obtenção dos resultados esperando na competição. No período competitivo deve-se priorizar nas sessões de treinamento a especificidade do desporto, ou seja deve-se dar ênfase a parte técnica e tática da equipe, reduzindo quase que drasticamente a quantidade de sessões de treinamentos de ordem física específica. Sessões de treinamento físico puro devem acontecer somente como manutenção de toda a base que já foi realizada no período preparatório. No período competitivo o desgaste da equipe é inevitável, pois por muitas vezes a quantidade de jogos é elevada, jogando-se 2 partidas numa semana, acarretando um nível de desgaste físico e emocional muito grande no atleta, por isso neste período a inserções de sessões de treinamento regenerativas é muito grande. O planejamento destas sessões deve ser feito com o auxílio de alguns profissionais do clube em especial:

 O Preparador Físico – Responsável pela programação e execução destas sessões.

 O fisiologista – Auxiliará no controle da fadiga muscular dos atletas através de testes fisiológicos. (Ex. controle de acidose, Lactato muscular).

 A nutricionista – A reposição correta de nutrientes depletados pelo desgaste físico é fundamental para a recuperação do atleta, tanto a nível de tecido muscular, quanto a níveis de energia.

 O Psicólogo – O nível de tensão e estresse que a competição trás ao atleta é muito grande e em muitas situações fica difícil de se manter o foco 100% na competição, sendo assim a ajuda deste profissional é essencial neste período.





TRANSIÇÃO

O Período transitório é onde o atleta vai iniciar sua recuperação total do desgaste trazido pelos outros dois grandes períodos. Longas sessões de treinamentos e competições levam o atleta a um desgaste físico e estresse emocional muito elevado, por isso o período transitório dentro da periodização é de grande valia para a equipe. Evita-se assim o chamado over treining, situação na qual o atleta pode sofrer lesões e desgastes desnecessário devido ao grande período de tempo exposto a cargas elevadas de treinos e competições. Dependendo do calendário de competições da equipe treinadores e preparadores físicos devem também planejar com bastante atenção o período transitório, definindo períodos de treinamentos com cargas extremamente reduzidas e planifica-se também o período de férias. O descanso é peça fundamental na preparação física e técnica de um atleta, muitos preparadores físicos costumam dizer que o descanso faz parte do treinamento.

No período transitório os integrantes das comissões técnicas iniciam também a planificação para a próxima temporada, ou seja começa-se a pensar na próxima periodização.



CONCLUSÃO


A periodização é extremamente necessária para o sucesso de uma equipe desportiva. Só assim é possível desenvolver os trabalhos de maneira progressiva, organizada e correta. O futebol por apresentar características bem específicas necessita uma atenção especial na sua periodização.
A Atenção na planificação de treinamentos e competições é de grande importância, pois por ser um esporte coletivo as dificuldades tendem a aumentar na preparação. Todos os fatores que compõem a preparação de uma equipe de futebol devem ser desenvolvidos de maneira correta e eficaz, e todas as etapas da periodização devem ser realizadas com muito planejamento.
Sabemos que a dificuldade de planejamento no futebol é muito grande devido a cultura que se criou no Brasil com a constante mudança nas comissões técnicas, mas na medida do possível os profissionais ligados ao desporto devem utilizar os modelos de periodização, pois só assim o sucesso poderá ser atingido.













Bibliografia

 Mourinho, J. (2001), "Programação e periodização do treino em futebol" in palestra realizada na ESEL, no âmbito da disciplina de POAEF.

 Weineck, Erlagen J. O Treinamento Físico no Futebol (tradução Sérgio Roberto Ferreira Batista). Guarulhos, SP: Phorte, 2000.

 Oliveira, R. A planificação, programação e periodização do treino em futebol. Um olha sobre a especificidade do jogo de futebol. In www.efdeportes.com - Revista digital Buenos Aires.

sábado, 1 de novembro de 2008

Como Scalts técnico e físico podem ajudar na preparação das Equipes de Futebol

Marcio Fernandes

A preparação física e técnica de uma equipe de futebol para uma temporada é algo bastante complexo e trabalhoso de se realizar, pois engloba a unificação de diversas áreas de conhecimento do esporte. A preparação de uma equipe engloba alguns fatores principais como: Aprimoramento dos fundamentos técnicos e táticos, desenvolvimento das condições orgânicas e fisiológicas dos atletas, preparação psicológica entre outras. Durante uma partida de futebol muitas são as valências físicas e técnicas utilizadas pelos atletas, exigindo-se assim um ótimo nível de desenvolvimento de todas estas características por parte dos indivíduos. Não se pode esquecer que estes desenvolvimentos devem continuar também durante o período competitivo, e para isso devemos desenvolver métodos que analisem todos estes aspectos. Por isso as análises qualitativa e quantitativa destas ações tornam-se imprescindíveis para a planificação correta das metodologias que serão empregadas nas sessões de treinamento. Uma maneira relativamente simples de mensuração e quantificação das ações ocorridas dentro de uma partida de futebol é o Scalt. Essas ações podem ser analisadas em nível técnico e físico. As análises podem acontecer de diversas maneiras, basta se definir previamente quais critérios serão utilizados e o que será avaliado. Como exemplo pode citar:

 Planilhas de anotações de ações individuais;
 Planilhas de anotações de ações gerais;
 Filmagem de partidas inteiras;
 Filmagens de setores do campo ou períodos dos jogos;
 Filmagens individuais de indivíduos (ex: movimentação do goleiro).

Scalts Físico

Como já citado anteriormente conhecer e quantificar quais são as ações físicas que acontecem durante uma partida de futebol é imprescindível para a preparação dos atletas, por isso deve-se dar uma atenção especial neste tipo de Scalt. Podemos encontrar na literatura diversos estudos sobre as ações físicas dentro de uma partida, obtendo-se assim dados para compararmos com aqueles que encontramos em nossos Scalts. Dados como a distância percorrida pelos atletas dentro do campo nos da uma visão muito boa de como devemos conduzir nossos treinamentos, e quais são os tipos de treinamentos individualizados temos que realizar.
Como um bom exemplo pode-se citar a distância que os atacantes percorrem dentro do campo, que é diferente das distâncias percorridas pelos laterais ou meias, isso acontece devido ao tipo de função que exercem dentro do sistema tático proposto. Outro tipo de análise bastante importante é aquela em que mensuramos o tempo e a distância em que o atleta atua em velocidade máxima, em trote ou andando dentro do jogo. Podemos monitorar também a freqüência cardíaca dos atletas dentro das partidas e treinamentos físicos (dependendo dos recursos que o clube possui) ou dentro dos treinamentos técnicos. Para este tipo de monitoração basta uma planilha de Scalt específica e um frequêncimetro normal; Com o auxílio do atleta o avaliador deverá ir anotando as Freqüência cardíaca (Fc) do atleta a cada 5 ou 10minutos por exemplo.
A criação de planilhas de coleta de dados adequadas com o tipo de análise que irá se realizar é muito importante e tem um grande grau de ajuda nos Scalts, facilita o trabalho do avaliador. Estes são apenas alguns poucos exemplos de Scalts físicos que podemos realizar, basta um pouco de criatividade e boa vontade por parte das comissões técnicas.

Scalts técnico

O monitoramento das ações técnicas dos atletas dentro do campo de jogo é tão imprescindível quanto a monitoração das ações físicas. O treinamento específico dentro do futebol profissional por exemplo, não é muito levado a sério pelas equipes, a maioria dos treinadores de equipes profissionais parte do princípio de que ações técnicas como finalização, passe e posicionamento devem ser treinados com mais ênfase nas categorias de base, e na categoria profissional deve-se priorizar a parte tática. Esta teoria não esta de toda errada, mas temos que lembrar sempre que para uma boa automatização de um determinado movimento devemos treiná-lo com freqüência, independente da idade ou categoria em que se encontra o atleta. Se formos avaliar dentro dos Scalts técnicos do Campeonato Brasileiro de qualquer uma das três divisões principais, poderemos ver que o fundamento passe é um, senão, o que tem o maior índice de ações errôneas por parte de todas as equipes envolvidas, tornando-se assim extremamente necessário um treinamento mais intensivo e qualificado deste fundamento, relativamente simples em algumas ocasiões, mas que em outras pode decretar o resultado final de uma partida, assim como o fundamento finalização que é outra ação que os atletas possuem índices muito baixos de aproveitamento e uma análise através de Scalt pode nos dar uma visão muito clara disso; Uma análise de Scalt bem interessante que podemos fazer com este fundamento é o seguinte:

 Quantidade de chutes em direção ao gol;
 Quantidade de chutes em que a bola realmente foi ao gol;
 Quantidade de chutes em que a bola foi fora do gol;
 Quantidade de finalizações com a bola em movimento;
 Quantidade de finalizações com a bola parada (faltas e pênaltis)
 Quantidade de finalizações de fora da área;
 Quantidade de finalizações de dentro da área;
 Finalizações pelo lado direito do campo;
 Finalizações pelo lado esquerdo do campo;
 Finalizações de cabeça;

Através da análise destes dados pode-se por exemplo, planejar tipos de treinamentos de finalizações específicos para cada situação. Desarmes, bolas roubadas, cruzamentos, viradas de jogo, contra-ataques, escanteios são mais alguns exemplos de fundamentos que podemos analisar através de Scalts técnicos que tem uma função muito importante para os treinadores.

Erros constantes

O Scalt é muito importante para a preparação das equipes, mas é mais importante ainda que sua realização seja feita o mais fidedignamente possível. Para isso necessita-se que o profissional responsável por esta avaliação esteja muito bem preparado, e uma discussão por parte dos integrantes das comissões para definição de critérios utilizados é fundamental para se obter um número de acerto desejável. È comum, por exemplo, quando se esta realizando um Scalt na hora de uma partida, laces e situações de jogo passarem desapercebidos por parte do avaliador, pois como sabemos o jogo de futebol é uma situação muito dinâmica e pode-se perder situações que acontecem em frações de segundos. Por isso o ideal é que as avaliações sejam feitas por mais de uma pessoa, e se possível a utilização de filmagens. Todos os cuidados possíveis devem ser tomados para se obter um Scalt perfeito e claro.

Análise de dados

De posses dos dados obtidos através das análises dos Scalts é de suma importância saber realizar a leitura correta destes, a interpretação e tabulação dos dados é a última parte do Scalt, mas não tão importante quanto as demais. Planilhas em formato de “Excel” por exemplo, facilitam a tabulação dos dados, pois nos permite a aplicação de fórmulas para cálculos matemáticos e inserção de gráficos, que ajudam a enriquecer o Scalt.
Quando se tem uma estrutura em nível de clube adequada é possível realizar através do Scalt uma análise longitudinal dos atletas, o que é ideal para acompanharmos seu desenvolvimento tanto nos quesitos físicos quanto nos quesitos técnicos. Este acompanhamento pode ser realizado através da padronização dentro dos clubes, ou seja, as análises se iniciam nas categorias de base e se estendem até a profissionalização destes atletas, assim treinadores e preparadores físicos conseguem diagnosticar possíveis deficiências que podem atrapalhar o futuro desenvolvimento e rendimento dos jogadores. Protocolos para todas as categorias devem ser criados, não esquecendo de respeitar as características morfológicas de cada etapa.

Conclusões


Devido a falta de estrutura de nossos clubes e aos altos custos que uma preparação adequada exige, não são todas as equipes que conseguem realizar uma preparação física e técnica condizente com as exigências do esporte, mas a análise quantitativa e qualitativa através de Scalts acaba se tornando uma maneira simples, clara, barata e objetiva de se avaliar o desempenho e rendimento de atletas de maneira individual e coletiva. É um método que pode ser aplicado em qualquer categoria, desde a base, escolinhas, até os profissionais. Tudo que se puder programar, nas equipes para uma melhora no seu rendimento é de grande valia, pode fazer a diferença na hora da obtenção do resultado final.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Indicadores antropométricos em atletas de futebol


Marcio Fernandes e Norton Cassol


A cada dia que passa, o grau de exigência dos esportes de alto rendimento aumenta a busca por índices e resultados expressivos. É uma constante no desporto, pois muitas são as cobranças externas, treinadores tentam extrair o máximo de seus atletas, a parte física em muitas situações acaba substituindo a técnica. Novas técnicas de treinamentos surgem a cada dia, especificando e individualizando ainda mais os métodos. É fundamental que a equipe esteja em uma situação homogênea no quesito físico e para isso é preciso direcionar os treinamentos, pois só assim consegue-se obter um grau de otimização maior.

Composição corporal significa fazer uma quantificação dos componentes estruturais corporais do corpo humano. A análise dos indicadores antropométricos dos atletas de futebol é sem dúvida nenhuma um grande e importante instrumento de mensuração da composição corporal destes indivíduos. Por ser o futebol um esporte bastante competitivo, com características intermitentes e que exige dos atletas que todas as suas valências físicas estejam bem desenvolvidas, é fundamental conhecer-se a condição física real deles, utilizando testes fisiológicos e clínicos.

A composição corporal é considerada um componente muito importante para uma boa aptidão física. Ela é relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde dos indivíduos.

Os autores Mcardle, Kacth e Kacth (1996) citam que a avaliação da composição corporal revela que os atletas em geral possuem características somatotipológicas ímpares para seu desporto específico. Por exemplo: os atletas para provas de campo possuem quantidades relativamente grandes de tecido magro e um alto percentual de gordura corporal, enquanto fundistas possuem as menores quantidades de tecidos magro e massa de gordura.

Fernandes (2003) desenvolveu um estudo com atletas das categorias júnior e profissional em um clube de futebol profissional, no qual coletou os dados antropométricos de indivíduos de ambas as categorias, fazendo posteriormente uma análise estatística e as comparando.

A pesquisa teve como objetivo analisar os indicadores antropométricos e a composição corporal de jogadores de futebol de campo, das categorias júnior e profissional. Utilizou-se como metodologia a coleta de dobras cutâneas para as avaliações da composição corporal e técnicas de mensuração antropométricas. As coletas dos dados foram realizadas sempre antes das sessões de treinamento, pelo período da manhã, e os dados coletados foram o nome dos atletas, idade, estatura em centímetros, massa corporal, dobras cutâneas, perímetro, diâmetros ósseos e posição de atuação.

Após a coleta dos dados, utilizou-se o software Microsoft Excel para atingir os resultados individuais dos percentuais de gordura, peso de gordura, peso ósseo, massa corporal magra, peso muscular, peso residual e peso corporal atual. Os dados foram tratados com estatística descritiva e teste t independente de Student (p<0,05)>

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O atleta de futebol diabético


1 – Introdução

Os profissionais envolvidos no futebol, principalmente na área da Preparação Física recebem poucas informações sobre as limitações físicas dos diabéticos durante seu processo de formação. Sendo o diabetes hoje uma patologia que atinge uma porção considerável da população é de suma importância um conhecimento mais profundo desta doença, até mesmo porque não é raro encontrarmos casos de atletas portadores do diabetes. Sem o conhecimento da doença, de suas características e variação, se torna muito difícil obter uma otimização nos treinamentos e acima de tudo, manter a integridade física do atleta. Muitos são os aspectos que os profissionais ligados ao esporte devem levar em consideração e conhecer a respeito do diabetes:

- Tipo de Diabetes;
- Alimentação;
- Tipos de treinamentos;
- Monitoração da glicose sanguínea;
- Composição corporal do atleta;
- Saber reconhecer os sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia;

2 – Definições

O diabetes é uma disfunção metabólica, originada pelo comprometimento na produção e/ou utilização do hormônio insulina. O grau de comprometimento de sua produção, de sua ação, do número ou da resposta dos receptores à insulina, assim como a idade, tempo de aparecimento e tipo de terapêutica são indicadores do aparecimento da doença. (CANCELLIÉRI, 1999, p.23). Para Martins, (2000, p.43), existem dois tipos de diabetes: o tipo 1 ou diabetes mellitus insulino-dependente, denominado antigamente de infanto-juvenil, por acometer indivíduos mais jovens. Está relacionada a uma absoluta deficiência de insulina e de outros hormônios pancreáticos. O tipo 2, também chamado de diabetes mellitus não-insulino-dependente , tende aparecer no início da maturidade.
Com a evolução da medicina esportiva, hoje esta doença pode ser controlada de maneira eficiente na maioria dos casos, possibilitando que o atleta diabético tenha uma vida esportiva relativamente normal, podendo atingir até o alto rendimento, tornando-se atleta profissional. Hoje nos clubes de futebol profissional exames clínicos são realizados com freqüência, permitindo assim a detecção de doenças como o diabetes. Aparelhos de glicemia permitem a análise rápida da glicose sanguínea do atleta; nesta análise, por exemplo, pode-se verificar um estado de hipoglicemia ou hiperglicemia, fazendo com que as devidas medidas sejam tomadas o quanto antes.

3 – Benefícios

Segundo Colberg (1963) o exercício físico regular fornece diversos benefícios ao diabético:

- Melhora na sensibilidade à insulina, que resulta em uma diminuição na quantidade necessária para manter o nível sanguíneo normal de açúcar.
- Diminuição nos fatores de risco cardiovascular, com aumento no HDL colesterol (lipoproteína de alta densidade) e uma redução no LDL colesterol (de baixa densidade) e nos triglicerídeos circulantes.
- Ênfase na fibrinólise (aderência reduzida das plaquetas sanguíneas e menos possibilidade de formação de coágulos, eu levam ao infarto ou acidente vascular cerebral).
- Melhora no estado psicológico e na administração do estresse associado ao diabetes ou a outros fatores.
- Aumento na massa muscular e redução na gordura, que contribuem com uma melhora na sensibilidade à insulina.
- Melhora em potencial no controle glicêmico geral, se o açúcar sanguíneo for monitorado e se forem feitos ajustes na dieta e nas medicações.

4 – Riscos

Ainda que os exercícios regulares possibilitem benefícios a seu praticante, tanto na prevenção como no tratamento do diabetes, estes só são alcançados se realizados de maneira adequada, caso contrário o diabético está sujeito a riscos indesejáveis e desastrosos, onde Cancelliéri (1999, p.71) dentre os quais cita:

- Hemorragia retiniana em retinopatia proliferativa e exarcebação de quadros de nefropatia, incluindo microalbuminúria;
- Hipertensão;
- Neuropatias autonômicas e/ou periféricas e doenças cardíacas e articulares degenerativas, além da exarcebação desses quadros patológicos existe a possibilidade de angina pectoris, arritmias cardíacas e infarto do miocárdio;
A possibilidade de ocorrência destas complicações é grandemente associada à prática errônea dos exercícios, prescrição inadequada ou não observância do atual estado de saúde.
Saber reconhecer estes sintomas é importante durante a prática de exercícios físicos, pois há um risco aumentado de ocorrer principalmente hipoglicemias, condição esta potencialmente perigosa para o diabético.
Dentre os sintomas mais comuns encontramos:

- tontura;
- tremores;
- visão turva;
- fome;
- irritabilidade ou mudança de comportamento;
- suor excessivo e palidez
Hiperglicemias também são indesejadas, variando desde os sintomas clássicos até coma, que são mais comuns nos diabéticos tipo 1, mas podem ser evitadas se houver monitoramento diários das taxas glicemicas. Os sinais e sintomas de hiperglicemias são:

- sede excessiva;
- urinar com freqüência e abundância;
- teste de glicemia positivo;
- fome;

5 - Adaptações

Algumas adaptações do sistema cardio-respiratório e circulatório, são descritos na tabela abaixo, adaptações estas que sofrem influência direta do esforço a que o organismo é submetido durante a atividade física ou treinamento, no caso de atletas de futebol:

Peso e volume do coração
Aumento
Volume sanguíneo
Aumento
Freqüência cardíaca de repouso
Diminuição
Fluxo sangüíneo e distribuição do sangue
Aumento
Pressão arterial em repouso
Diminuição
VO2 máximo
Aumento
Freqüência cardíaca máxima
Aumento
Freqüência respiratória em repouso
Aumento
Glicogênio muscular e hepático
Aumento
Massa muscular
Aumento

O aumento no peso e no volume do coração proporciona diminuição da freqüência cardíaca de repouso e da freqüência cardíaca máxima, pois o coração passa a contrair e bombear sangue mais eficientemente. O aumento do glicogênio hepático e muscular contribui para minimizar os efeitos das hipoglicemias. (DRUMMOND, F. A. Exercício Físico e Diabetes. Medicina Esportiva 2002).
Colberg (1963), Fala que no futebol dependendo da posição que se joga, essa atividade é uma combinação de movimentos de parar e recomeçar, movimento de potência como chutes e arremessos e corridas de longa distância. Os médios volantes podem fazer uma corrida mais prolongada, enquanto os zagueiros e goleiros correm distâncias mais curtas. O atleta precisará de mudanças na insulina e na ingestão de carboidratos durante as partidas de futebol, que variam de acordo com sua posição e a duração da atividade. No entanto, se nenhuma mudança for feita na insulina para os jogos e os treinos de futebol, a suplementação de carboidratos (30 a 45 gramas por hora) será necessária para todos os regimes insulínicos, dependendo do nível de insulina circulante, da intensidade e da duração do jogo.
A intensidade (frequentemente determinada pela posição do jogador), a duração do jogo e o nível de insulina circulante durante a partida são os fatores que afetam a resposta do açúcar sanguíneo ao futebol. O jogo prolongado causa uma redução maior nos depósitos de glicogênio muscular e no nível de açúcar sanguíneo e, portanto, requer uma ingestão maior de carboidrato combinada com reduções na insulina, antes e possivelmente após o jogo. A posição (que pode envolver corridas contínuas ou apenas ocasionais) é o fator que mais determina a intensidade do jogo. Um médio volante que faz corridas mais longas durante um jogo de uma hora precisará reduzir a insulina e aumentar a ingestão de alimentos muito mais do que um goleiro, que ocasionalmente chuta ou arremessa a bola sem correr muito.

Durante o treino, o nível de atividade entre posições pode ser mais semelhante se todos os jogadores do time fizerem corridas contínuas ou manobras de arremesso. O nível de insulina circulante durante o jogo também afeta a necessidade de suplementação de carboidrato. Se foi tomada a insulina de ação curta três a quatro horas antes da atividade, é mais provável que o nível de glicose cairá do que se apenas uma quantidade basal de insulina estiver presente no seu corpo durante o jogo de futebol. Na temporada de jogos o atleta provavelmente precisará reduzir a dose de insulina basal (insulina de ação intermediária ou longa ou a taxa basal na bomba) mais do que na época de treinos.

6 – Suplementação
Todo dia o mercado lança diversas marcas e variedades de produtos de suplementação que prometem uma melhora rápida e considerável no desempenho dos atletas; Mas é preciso ter um cuidado muito grande com estes produtos, pois nem sempre exercem o efeito espero, e em alguns casos pode causar danos irreparáveis ao atleta diabético.
No site http://www.diabetes.org.br/ podemos encontrar uma lista de suplementos benéficos e que podem ser prejudiciais.
Lista de suplementos potencialmente benéficos para atletas:

* Antioxidantes (vitamina C, E, beta-caroteno e selênio): redução do dano oxidante às membranas celulares, induzido pelo exercício e/ou pela hiperglicemia.
* Carboidrato: ingestão de quantidades adequadas de carboidratos antes, durante e após o exrcício impede a hipoglicemia resultante do exercício.
* Cromo, vanádio e zinco: melhora na sensibilidade à insulina (especialmente as pessoas com diabetes tipo 2).
* Glicerol: previne a desidratação durante o exercício e quando a hiperglicemia esta presente.
* Bebidas esportivas: prevenção de hipglicemia (caso a bebida ontenha frutose ou glicose), e do desequilíbrio dos eletrólitos durante a atividade física prolongada, especialmente no calor. As bebidas esportivas também podem causar hiperglicemias se a ingestão de carboidratos for maior que o necessário. Lembrar que a ingestão destes produtos não elimina a necessidade de ingestão de água.
* Água, reposição de líquidos: prevenção de desidratação, especialmente devido à hiperglicemia ou exercício no calor.

Lista de suplementos que podem ser potencialmente prejudiciais:

* Suplemento de aminoácidos: desequilíbrio do aminoácido no corpo, aumento do esforço dos rins devido ao excesso de excreção de nitrogênio.
* Cafeína: perda excessiva de água e desidratação, especialmente no calor.
* Carga de carboidrato: hiperglicemia antes, durante e/ou após a atividade física. Também reduz a sensibilidade à insulina. Pode levar à hipoglicemia caso seja consumida antes do exercício e se tomar muita insulina em relação a caboidratos. A carga de carboidratos também pode ser benéfica para garantir uma reposição proveitosa do nível de glicogênio muscular e hepático, antes e depois do exercício. Uma quantidade adequada de insulina deve estar disponível para impedir a hiperglicemia e facilitar a captação da glicose pelo músculo.
* Creatina: aumenta o esforço dos rins, especialmente se uma doença renal estiver presente, devido ao excesso de eliminação da creatina pela urina. A creatina provoca o mais intenso esforço renal durante o período inicial de carga (cinco dias). Durante o período de manutenção, o esforço dos rins pode ser mínimo caso o seu funcionamento seja normal.
* Carga de gordura: índices mais lentos de absorção do carboidrato durante o exercício, se consumido antes ou durante da atividade, resistência elevada à insulina, produção de corpos de cetona e obesidade em longo prazo.
* Suplemento de proteína: sobrecarga dos rins em razão do excesso de excreção do nitrogênio, especialmente na presença de uma nefropatia.

7 – Considerações finais
Tanto no esporte de alto rendimento como o futebol, quanto na “pelada de final de semana”, a importância de se conhecer o verdadeiro estado clínico dos participantes é fundamental para se prevenir diversos situações de desconforto. Com a avanço da tecnologia ligada a área esportiva, mais especificamente na medicina, a facilidade em constatar distúrbios de qualquer natureza é grande, mas de nada nos adianta a constatação, o mais importante é saber como lidar com essas situações, saber quais os procedimentos a serem tomados e em quais circunstâncias.
O apoio ao atleta de futebol diabético é de responsabilidade de todos os membros das comissões técnica e médica da equipe; Deixar o atleta bem a vontade, mostrando que a doença é uma barreira que pode ser superada apenas com controles até certo ponto simples fará com que os resultados aparecem com muito mais facilidade e segurança.

8 – Referências Bibliográficas

CANCELLIÉRI, C. Diabetes e Atividade Física. São Paulo: Fontoura, 87P, 1999.
CORLBERG, S. R., 1963 – Atividade física e diabetes / Sheri Colberg [ tradução Maria de Lourdes Giannini; revisão técnica Roberto Fernandes da Costa]. – Barueri, SP : Manole, 2003.
DM Martins - Exercício físico no controle do diabetes mellitus – Phorte, 2000.
DRUMMOND, F. A. - Exercício Físico e Diabetes. Medicina Esportiva 2002).
http://www.diabetes.org.br/ – Atividades física para atletas

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Como os treinamentos técnicos podem ajudar na preparação física


Preparação dos atletas caminha cada vez mais para as atividades integradas

Marcio Fernandes e Norton Cassol

O bom desenvolvimento de uma equipe de futebol e de seus atletas dentro de uma competição está diretamente relacionado com a condição técnica e física em que ela se encontra. É imprescindível que um atleta esteja bem condicionado fisicamente para poder realizar suas funções técnicas e táticas dentro de uma partida com um grau de excelência necessário e para conseguir manter a regularidade durante a competição.

Isso não significa que se deve dar somente atenção ao treinamento físico puro. O treinamento técnico pode auxiliar e muito no desenvolvimento das valências físicas de um atleta de futebol. Preparadores técnicos e Físicos devem sempre atuar em sintonia, planejando treinamentos que visem buscar alternativas que permitam aliar com o máximo de excelência as duas situações, pois sendo o futebol um esporte intermitente é claramente possível desenvolver esse tipo de situação.

Com a evolução dos métodos de treinamentos, tanto físicos como técnicos, tem-se uma oportunidade muito grande de criar alternativas que estimulem todas as valências físicas necessárias a um atleta de futebol. Pode-se trabalhar, por exemplo, os tipos de resistência quanto ao aspecto do metabolismo muscular, ou seja, a resistência aeróbia e anaeróbia através de jogos em campo reduzido. Para isso, basta criar regras que deixem o jogo mais dinâmico, trabalhar em dois ou um toque, dividir as equipes em números de atletas diferentes, num cenário em que uma tem função específica de marcação e outra posse de bola, e assim por diante.

Consegue-se trabalhar a velocidade, uma das valências mais importante para um atleta de futebol. Um exemplo bastante comum é o seguinte: após realizar um passe no treinamento técnico, o jogador deverá realizar um sprint de 5 metros em direção à bola. A lateralidade e a agilidade podem ser desenvolvidas também. Basta criar situações específicas.

É comum no futebol utilizar-se o treinamento físico-técnico, no qual os fundamentos técnicos são desenvolvidos juntamente com elementos físicos dos atletas - ou pelo menos esse seria o objetivo inicial, mas alguns erros são comumente cometidos nesses tipos de treinamentos, como ênfase exagerada às valências físicas em detrimento da parte técnica propriamente dita.

Quando isso acontece, a bola acaba entrando mais como um elemento motivacional do que como uma situação técnica a ser desenvolvida. Na maioria das vezes, a culpa cai sobre os tipos de exercícios escolhidos. Por isso deve-se ter um cuidado muito grande na hora de planejar e escolher as atividades a serem utilizadas e os objetivos que se quer atingir.

Exercícios em duplas são os mais utilizados pelos profissionais do futebol, nos quais um atleta realiza os movimentos pré-determinados por um tempo estipulado e o outro apenas joga a bola ou os dois ficam trocando passes ou outro fundamento qualquer até receberem um comando para parar ou trocar de movimento.

Esses tipos de exercícios são os mais encontrados na literatura. A eficácia maior de atividades desse gênero se dá nas categorias menores, nas quais existe uma necessidade maior de desenvolvimento das valências físicas como coordenação, força e velocidade do atleta, pois o padrão psicomotor ainda está em fase de desenvolvimento.

Já nas categorias maiores, como júnior ou profissional, deve-se buscar alternativas mais complexas, que se aproximem mais da realidade de jogo, criando situações em que os atletas tenham uma dinâmica de jogo maior. É claro que com atletas profissionais parte-se do pressuposto que eles já tenham um padrão psicomotor altamente desenvolvido e especializado, por mais que muitas vezes não seja isso que acontece.

Não é raro encontrarmos situações em que atletas profissionais tenham grandes dificuldades motoras para realizar exercícios e fundamentos. Nesses casos, os treinadores devem buscar alternativas para tentar obter uma melhora nos padrões desses atletas, treinando-os em separado.

O planejamento ainda é a melhor maneira de se obter os resultados desejados na preparação de equipes de futebol, independentemente da categoria que se esteja trabalhando. É muito importante que os profissionais envolvidos na preparação física e técnica tenham uma dose de criatividade para implementar e melhorar seus treinamentos. A variação de metodologias de exercício é de suma importância para um melhor rendimento do atleta, pois o psicológico influencia diretamente no rendimento.

Não é uma situação muito agradável para o atleta ficar sempre repetindo os mesmos exercícios - o ser humano precisa sempre de novos desafios, situações diferenciadas e se possível que se aproximem ao máximo da realidade que ele irá encontrar no jogo.

A grande maioria dos atletas sabe o quanto é importante para seu desenvolvimento e sucesso profissional estar bem condicionado fisicamente, mas encontra uma barreira muito grande na realização de treinamentos físicos. Muitos já iniciam sua sessão de treinamento psicologicamente abalados, e isso pode fazer com que seu rendimento caia consideravelmente.

A busca por alternativas que estimulem mais o rendimento do atleta é imprescindível na sua preparação e não só o rendimento físico, mas também o seu lado psicológico.

Uma grande arma que os profissionais envolvidos com a preparação de equipes de futebol têm é tentar mesclar o treinamento técnico, no qual a “bola” está presente, com os treinamentos físicos. Fazendo essa aliança, pode-se até conseguir atingir índices de performance muito melhores, não esquecendo é claro que os treinamentos físicos específicos também são imprescindíveis ao rendimento dos atletas, principalmente no período de preparação ou pré-temporada.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Brasileirão na reta final !


Sem dúvidas nenhuma esta edição do Campeonato Brasileiro da Primeira divisão tem sido a mais disputada da última década. Brigas equilibradas no topo da tabela e na sua parte debaixo não permitem afirmarmos quem sera o campeão, ou quais clubes serão rebaixados para a segundona.

Questionamos muito durante anos a organização do campeonato por parte da CBF, mas hoje temos que reconhecer que esta nova forma de disputa adotada pela instituição, esta ajudando a recuperarmos o prestígio de nosso campeonato.

Hoje podemos dizer com certeza que não perdemos em nada, no que diz respeito a qualidade técnica para os grandes campeonatos da Europa. Nos campeonatos Europeus, em cada país apenas dois ou três times sempre estão disputando as primeiras colocações, bem diferente do Brasileirão que tem uma alternância muito grande, fazendo com que a disputa fique cada vez mais interessante. Afinal, quem garantia que o ótimo time do Palmeiras iria cair com 3 gols diante do Fluminense? Ou o Flamengo perderia em pleno Maracanã, com mais de oitenta mil torcedores?

Só o nosso querido Brasileirão mesmo para nos proporcionar estas emoções !

Vale a pena ficarmos na torcida e acompanharmos de pertinho as próximas rodadas !

Uma ótima semana a todos !

domingo, 26 de outubro de 2008

Preparando os futuros craques !

O surgimento de um "craque" no futebol não acontece da noite para o dia ! Existe uma estrada longa e árdua em que o atleta tem que percorrer ! Esta estrada é iniciada la nas escolinhas e depois passa pelas categorias de base, até se conseguir chegar ao tão sonhado profissionalismo.

Nesta estrada muitas promessas e talentos acabam ficando pelo caminho por diversos motivos; Um deles é a falta de uma preparação adequada nas categorias de base (infantil, juvenil e juniores), por isso existe uma importância muito grande de se ter nestas categorias estudos e profissionais condizentes com a altura destas exigências, conseguindo assim uma otimização maior nos resultados !

Este Blogg é dedicado a todos os profissionais envolvidos com o estudo da preparação física e técnica no futebol !

Grande abraço a todos

Prof.Esp. Marcio Fernandes