segunda-feira, 10 de novembro de 2008

AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO POR PARTE DOS ATLETAS DE FUTEBOL EM RELAÇÃO AO PSICÓLOGO NA EQUIPE PROFISSIONAL J. MALUCELLI


ESTUDO DE CASO - AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO POR PARTE DOS ATLETAS DE FUTEBOL EM RELAÇÃO AO PSICÓLOGO NA EQUIPE PROFISSIONAL J. MALUCELLI



Orientação do Estudo: PALOMARES, Edson Marcos de Godoy – Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Futebol-Ciências Aplicadas – CEPDAP e Preparador Físico no Clube Atlético Paranaense (Juniores)
Aplicação do Estudo: FERNANDES, Márcio; ROSENAU, Alessandro Maurizio; MULINARI, Anderson Carlos; SANTOS, André Henrique B. Salles; RIBAS, Guilherme Cordeiro; LIMA, Jorge Luis Ferreira; SANTOS, Jorge Luiz; CAZURA, Kirk Diego Santos; MIRANDA, Marcelo Luis; SOUZA NETTO, Emerison Tiradentes; SOARES, Edy Carlos Toporowski – Pós-graduandos do Curso Futebol-Ciências Aplicadas - CEPDAP
Curitiba-Paraná-Brasil (edson.palomares@uol.com.br)




1. Introdução

A Psicologia Esportiva cresce em nível de importância e aceitação como uma ciência essencial no papel auxiliar dos atletas, equipes e comissões técnicas durante as diversas fases de treinamento: transição, pré-competitiva e competitiva. Alguns países destacam-se nos desportos mundiais por possuírem trabalhos assistidos por psicólogos esportivos, como é o caso da Rússia, Estados Unidos, China, Alemanha, Cuba, entre outros. O Brasil ainda não se inclui nesta listagem, pois a Psicologia não consegue quebrar a barreira que a separa do esporte nacional, seja por preconceito, desinformação ou questões financeiras.
3. Justificativa

O futebol brasileiro vem mantendo-se na liderança do reconhecimento mundial graças ao excepcional nível técnico de seus atletas, porém as outras áreas relacionadas ao futebol não possuem o mesmo destaque: medicina, fisioterapia, psicologia, etc. Nestas áreas raramente temos profissionais brasileiros convidados a integrarem equipes européias, por exemplo. A ciência mediadora do desempenho e relacionamento entre comissão técnica, departamento médico e atletas é a Psicologia. Esta ciência é discriminada em muitos clubes, portanto torna-se imperativo uma abordagem a respeito do nível de aceitação junto aos atletas.

2. Objetivos

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de aceitação entre atletas de futebol profissional no que diz respeito à presença do psicólogo esportivo, junto à equipe do J. Malucelli que disputa o Campeonato Brasileiro da Série C.


4. Metodologia

O tipo de pesquisa utilizado foi o descritivo, utilizando-se do questionário fechado.

5. Instrumento de pesquisa

Foi aplicado um questionário do tipo fechado, composto de 12 questões, no Centro de Treinamento do J. Malucelli, no período entre 04 e 09 de setembro, enquanto a equipe disputava a 3ª fase do Campeonato Brasileiro – Série C.

6. População – Amostra

A população foi composta por atletas da equipe profissional do J. Malucelli.
A amostra constou de 18 atletas com idade média de 23 anos.

7. Metodologia

Os atletas foram entrevistados no local de trabalho (Centro de Treinamento - Barigui), aleatoriamente. Ressaltamos que no momento da pesquisa, a equipe encontrava-se na terceira fase da competição, sendo cotada como uma das favoritas a passar para a próxima fase. As questões foram elaboradas de forma direcionada, e os questionários foram aplicados em forma de entrevista com uma prévia explicação.

8. Resultados e análise

Os resultados foram expostos e analisados em percentis e valores médios.



1. O principal fator motivacional é:
a) o desempenho no campeonato (n=10 – 55,7 %)
b) o apoio do torcedor
c) o reconhecimento da diretoria
d) o pagamento em dia (n=8 – 44,3 %)

A primeira questão demonstra claramente que os principais fatores motivacionais do atleta de futebol estão relacionados ao desempenho esportivo (55,7 %) e à questão financeira (44,3 %).

2. Como motivador, o treinador é:
a) fundamental (n=18 – 100 %)
b) dispensável
c) depende muito do momento no campeonato
d) alguém que temos que ouvir por obrigação

Já na segunda questão ocorre a unanimidade (100%) quanto à afirmação de que o treinador deve desempenhar o papel de motivador do grupo.

3. O Psicólogo é:
a) fundamental (n=3 – 16,6 %)
b) dispensável (n=5 – 27,7 %)
c) depende muito do momento no campeonato (n=10 – 55,7 %)
d) alguém que temos que ouvir por obrigação

Na terceira questão, relacionada ao Psicólogo, ocorre uma divisão: a minoria acredita que este seja fundamental (16,6 %), um percentual intermediário respondeu que ele é dispensável (27,7 %), e a maioria assinalou que depende do momento do campeonato, sugerindo que ele deva atuar esporadicamente (55,7 %), como um bombeiro “apagando pequenos incêndios”, demonstrando assim a imaturidade e falta de conhecimento do verdadeiro papel do Psicólogo junto a uma equipe de futebol, pois ele deve estar no dia a dia da equipe, estudando e identificando as características de cada componente do grupo.

4. Qual o estado emocional antes de uma partida oficial?
a) indiferente (n = 3 – 1,6 %)
b) nervoso (n = 1 – 0,5 %)
c) ansioso (n = 12 – 66 %)
d) extremamente nervoso
e) depende do adversário (n= 5 – 27 %)

5. Na sua opinião, na maioria das vezes os treinadores:
a) aumentam a ansiedade durante a preleção (n = 3 – 1,6 %)
b) aumentam a segurança dos atletas (n = 10 – 55 %)
c) não modificam o ambiente (n = 1 – 0,5 %)
d) são fundamentais para a ligação entre os atletas (n = 7 – 38,0 %)

6. O momento da oração é:
a) fundamental para o bom desempenho (n = 13)
b) dispensável (n = 2 – 11,0)
c) depende muito do momento no campeonato
d) apenas uma tradição (n = 6)


7. Os clubes que não possuem psicólogos:
a) estão em desvantagem diante daqueles que possuem (n = 11 )
b) não apresentam diferenças para aqueles que possuem (n = 7)

8. O psicólogo de um clube:
a) deve ser homem (n = 2)
b) deve ser mulher (n = 3)
c) é indiferente o sexo do profissional (n = 13)

9. Diante de um Psicólogo, você:
a) quer conversar individualmente (n = 9)
b) quer conversar em grupo (n = 7)
c) fica à vontade (n = 2)
d) fica incomodado


9. Conclusão

Percebe-se que ainda existe um grande preconceito por parte dos jogadores em relação aos Psicólogos. Cabe aos treinadores e preparadores físicos o trabalho de aproximação entre as partes para que os resultados colhidos sejam mais prazerosos.

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